Os deputados que compõem a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa), que investiga as atividades da mineradora em solo paraense, viajam nesta quinta – feira (02.08) para averiguar de perto as instalações e operações do Complexo Siderúrgico do Pecém (CSP), instalado desde 2016, em São Gonçalo do Amarante, no Estado do Ceará.
A Companhia Siderúrgica do Pecém é uma joint venture binacional formada pela brasileira Vale (50% de participação) e pelas sul-coreanas Dongkuk (30%), maior compradora mundial de placas de aço; e Posco (20%), 4ª maior siderúrgica do mundo e a primeira na Coréia do Sul.
Com investimentos da ordem de US$ 5,4 bilhões, a CSP é a primeira usina integrada no Nordeste e a trigésima instalada no Brasil.
No ano passado, a CSP comercializou 2,8 milhões de toneladas de placas de aço. Cerca de 14% desses embarques, em 2020, foram direcionados às usinas brasileiras. Atualmente, a CSP exporta, principalmente, para os Estados Unidos, Canadá, México, Itália e outros países da Europa.
Os projetos de siderurgia são grandes geradores de emprego na cadeia produtiva da mineração. As atividades no Pecém geraram cerca de 5 mil empregos e foram instalados projetos de verticalização, o que não aconteceu no Pará.
Os deputados querem saber o que motivou a Vale a investir em volumosos recursos no Ceará e a verticalizar a produção em outro estado, sendo que todo minério processado na siderúrgica do CSP tem origem em solo paraense, onde existem as maiores jazidas de minério e com alto teor de qualidade.
“Vamos fazer uma visita na grande fábrica siderúrgica do Pecém. Lá, foram criados 5 mil empregos, sendo que a matéria - prima sai do nosso estado e não se tem investimentos dessa envergadura aqui no Pará, que é o principal gerador de renda dessa empresa. A Vale tem que entender que é apenas detentora de uma concessão minerária. São esses questionamentos que estamos fazendo em comparação ao nosso estado”, afirmou o presidente da CPI, deputado Eraldo Pimenta.
A extração de minério em Carajás, maior mina de minério de ferro a céu aberto do mundo, tem contribuído para a posição de destaque na produção da empresa, tanto no mercado nacional e internacional, com produção de 190 milhões de toneladas no ano de 2020, segundos dados da empresa.
Diante do crescimento da empresa, é notória a importância estratégica do Pará em suas operações, porém, os investimentos não são na mesma proporção, e esse descontentamento é um clamor da sociedade paraense, que motivou os deputados a instalarem a CPI.
Promessa
Aproximadamente há 10 anos, o povo paraense espera pela construção da Aços Laminados do Pará - a Alpa - em Marabá, uma antiga promessa da mineradora Vale que não saiu do papel.